No último sábado (7), a manifestação do Grito dos Excluídos em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, foi alvo de repressão por parte da guarda municipal. Durante o ato, dois companheiros foram detidos, entre eles Tiago Nicolini, advogado, petroleiro e militante da Rebelião Ecossocialista.
O Grito dos Excluídos é uma manifestação histórica, realizada desde 1995, cujo objetivo é dar voz às camadas mais oprimidas da sociedade, e traz temas como desigualdade social, direitos dos trabalhadores, e a defesa do meio ambiente. Os participantes estavam organizados para realizar uma passeata após o encerramento do desfile oficial do 7 de Setembro e levar à avenida os cartazes, faixas e palavras de ordem do movimento.
A guarda municipal utilizou gás de pimenta e, enfileirada, formou uma barreira com grades para impedir a ocupação da rua por parte de manifestantes. A detenção dos militantes e a truculência dos guardas envolvidos não deixaram dúvidas sobre a responsabilidade do prefeito Felipe Augusto na confusão.
O que mais chamou a atenção na ação conjunta, orquestrada pelo prefeito, foi a rapidez em reprimir, intimidar e prender aqueles que lutam por um país melhor e mais justo. Por outro lado, não se vê o mesmo empenho por parte do poder público para resolver o problema do déficit no saneamento, a escassez de água e outras demandas dos moradores.
A repressão ao ato e a detenção dos camaradas não são acontecimentos isolados, mas partem de um projeto de segurança pública do governo de Tarcísio de Freitas cuja política é reprimir os movimentos sociais e de luta dos trabalhadores. Esse projeto tem atingido outros setores como estudantes, professores, metroviários e trabalhadores da SABESP.
Infelizmente, esse fato apenas reforça que ainda estamos longe de viver em um país que defende verdadeiramente as liberdades democráticas. O direito à livre expressão e manifestação é cotidianamente desrespeitado.
Registramos aqui a nossa solidariedade a todas e todos os presentes na manifestação e repudiamos a ação truculenta da Prefeitura e da guarda municipal de São Sebastião durante o Grito dos Excluídos, além da injusta e ilegal detenção dos companheiros!
Como já dizia a centenária ativista brasileira de direitos humanos, Margarida Genevois, "as coisas não vão mudar se os interessados não se revoltarem"!
Liberdade para lutar!
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