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Zezé, presente!

Maria José Lourenço, a Zezé, faleceu ontem em sua casa na cidade de Itanhaém/SP.


Mulher negra, professora primária e, depois, jornalista, Zezé foi uma militante muito destacada da geração de brasileiras/os que lutou contra a ditadura militar e pelo socialismo, e que sofreu perseguição, prisões e exílio.


Esteve exilada no Chile. O exílio contribuiu para sua evolução política: no Chile, teve contato com Mário Pedrosa, intelectual brasileiro revolucionário, crítico de arte e um dos fundadores do trotskismo no Brasil. Zezé, junto com outras/os exiladas/os brasileiras/os, participou da fundação do grupo “Ponto de Partida”, que assumiu uma orientação trotskista.


Um dos membros do grupo, Túlio Roberto Cardoso Quintiliano, foi preso no dia seguinte ao golpe militar, e depois assassinado pela ditadura de Pinochet. Zezé conseguiu ir para a Argentina. Junto com outros militantes do “Ponto de Partida”, ela se vinculou à corrente política liderada pelo dirigente argentino Nahuel Moreno.


Zezé voltou ao Brasil para construir uma nova organização, a Liga Operária, que depois daria origem à Convergência Socialista. Numa época em que isto era mais raro do que hoje, Zezé foi, durante algum tempo, a principal dirigente destas organizações.


Faleceu com 80 anos.


Nesse momento triste, prestamos nossa homenagem à Zezé e à sua militância, na luta contra a ditadura, na luta socialista, e na construção do movimento trotskista no Brasil. Zezé presente!


Rebelião Ecossocialista – 25/03/2025

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