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2025 já começou cheio de desafios. Vamos enfrenta-los!

O ano de 2025 parece que já tem uns sete meses. Mas estamos em fevereiro. Donald Trump, em poucos dias de mandato, já avançou muito no seu plano de tornar o mundo um lugar pior para se viver. A presença dos grandes empresários do ramo da tecnologia na posse e a saudação nazista de Elon Musk mostram que esta temporada na Casa Branca vai ser mais reacionária que o primeiro mandato de Trump e vai ter mais apoio de setores estratégicos da burguesia.


Em menos de um mês, o bilionário tirou os Estados Unidos da Organização Mundial de Saúde, anunciou a construção de campos de concentração em Guantánamo, provocou uma onda de deportações de imigrantes, comprou briga com nações vizinhas, anunciou que quer expulsar a população palestina da Faixa de Gaza e impôs regras transfóbicas nas forças armadas e no esporte.


Outra medida foi tirar os EUA do tratado de Paris, um acordo internacional para tentar reduzir o aquecimento global. Em 2024, a temperatura média do planeta superou 1,5 graus acima do ano de 1850 e vimos as terríveis consequências. Os incêndios em Los Angeles, as enchentes do Rio Grande do Sul, entre outras tragédias. O colapso climático não é mais uma terrível previsão para o futuro. É algo presente. 


Estes desastres geram revolta, mas podemos nos amedrontar.  O sentimento anti-imperialista pode ser impulsionado em todo mundo. Até no Canadá surgiu uma onda de repulsa ao domínio dos Estados Unidos. Gustavo Petro, presidente da Colômbia, enfrentou a política de deportar imigrantes acorrentados como cães. Dentro dos próprios EUA, já começam as mobilizações, como a dos indígenas que ocuparam o centro de Nova York com cavalos.


O cessar-fogo em Gaza deu um pequeno alívio para a população palestina. Mas as agressões de Israel podem voltar a qualquer momento. Segundo a Al Jazeera, foram mais de 60 mil pessoas assassinada pelo Estado de Israel, que segue seu plano de limpeza étnica. A Europa segue em alerta com a possiblidade de um partido de extrema-direita crescer nas eleições parlamentares da Alemanha.


Aqui no Brasil, seguimos em um período que podemos chamar de estabilidade tensa. A alta nos preços dos alimentos e algumas trapalhadas da equipe econômica fizeram a popularidade de Lula cair. Ainda não é um quadro desesperador. Mas a rejeição é um pouco maior que a aprovação. Hoje, 37% acham o governo ruim ou péssimo e 31% aprovam o Presidente.


Os bolsonaristas querem ir para o ataque. O neofascismo no Brasil não tem a mesma força de antes. Mas continua perigoso.  No submundo dessa gente, se articula a queda de Lula, com um pedido ridículo de impeachment e chamados para atos de rua. É muito improvável que eles consigam uma nova onda reacionária como na época do Fora Dilma, em 2016. Mas eles podem desgastar ainda mais o governo.


A única forma da esquerda impedir que a extrema-direita controle a pauta política do país é tomando a iniciativa. E isso se faz por meio das lutas diretas da classe trabalhadora. Em Belém, os indígenas, apoiados por vários movimentos sociais, arrancaram do governo estadual um compromisso pela revogação de uma lei que iria prejudicar a educação dos povos originários. Em Belo Horizonte, trabalhadores da educação se mobilizaram pelo fim das jornadas exaustivas de trabalho. Em São Paulo, foram realizados atos contra o aumento das passagens. A luta contra a jornada 6x1 tomou as redes sociais no ano passado. Ela começa a se estruturar e pode ter um novo fôlego. No dia 08 de março, teremos a tradicional celebração do Dia Internacional da Mulher.


Isso não quer dizer que estamos perto de um levante popular. De fato, estamos em um período em que é difícil levar os trabalhadores e os oprimidos às ruas. A extrema-direita ainda exerce uma grande influência ideológica na população. Mesmo entre aqueles mais progressistas, existe um certo receio de polarizar com o neofascismo. Mas a paralisia não é total. O povo se mobiliza pela necessidade de sobrevivência, mesmo quando o nível de organização e conscientização ainda seja baixo.


Os representantes políticos da burguesia se organizam por meio do velho balcão de negócios. Hugo Motta foi eleito presidente da Câmara dos Deputados e Davi Alcolumbre vai estar à frente do Senado. São dois políticos tradicionais do Centrão, que vão fazer o jogo de cobrar cargos e emendas em troca de apoio ao governo. Lula segue sem grandes medidas de ousadia. Sua aposta é não tomar decisões que possam parecer arriscadas. Além, disso, ele faz grandes concessões para a burguesia, como a defesa da exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Os governadores e prefeitos pelo Brasil afora seguem com medidas como aumento de tarifas, privatizações e diversos ataques contra o povo.


Do lado de baixo, devemos dar a nossa energia para impulsionar as mobilizações que estão por vir. O sucesso delas pode fazer a classe trabalhadora avançar em sua consciência. É dever dos ecossocialistas estar nos atos, ocupações e greves. Sabemos de nossas limitações. Também conhecemos as limitações da atual conjuntura. Mas só vamos sair da defensiva junto ao povo, na experiência prática da luta. 

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