Todo apoio aos povos que resistem à violência em Gaza e nas comunidades brasileiras
- Coordenação Nacional da Rebelião Ecossocialista
- 25 de jun.
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de jun.
A situação no Grande Oriente Médio teve uma escalada com o ataque de Israel e dos Estados Unidos ao Irã. O mundo mais uma vez entra em estado de tensão. Enquanto isso, o sionismo segue promovendo um genocídio na Faixa de Gaza e a expulsão forçada de palestinos de diversos outros territórios. São cerca de duas milhões de pessoas que enfrentam um cerco criminoso. Israel não permite a entrada de nenhuma ajuda humanitária, impedindo que água, comida e remédios cheguem em um território destruído. Centenas de milhares de palestinos estão passando fome. Um barco que tentou levar ajuda humanitária foi sequestrado e as pessoas a bordo foram presas. A ativista sueca Greta Thunberg, a eurodeputada Rima Hassan e o brasileiro Thiago Ávila estavam entre os detidos. Após muita pressão, eles foram libertados.
O que está acontecendo pode ser a pior crise humanitária desde o Holocausto, quando 6 milhões de judeus foram mortos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Israel quer impor a fome e a violência para os palestinos com o objetivo de expulsá-los do território em que vivem por séculos, promovendo uma limpeza étnica. Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, já tem planos para construir resorts de luxo e ganhar dinheiro com o turismo. Também há um projeto de 100 bilhões de dólares para a construção de um canal próximo à Gaza. O genocídio não é apenas uma ação de fanáticos ultranacionalistas, mas também um bom negócio para a burguesia.
Mesmo neste contexto de violência, há muita resistência, inclusive no centro do Império. Em junho, centenas de protestos contra Trump e sua política racista para imigrantes mostraram que há disposição de luta nos Estados Unidos. Em Los Angeles, foi travada uma forte batalha.
Enquanto isso, no Brasil, os governos estaduais avançam em sua política de utilizar a violência policial para fazer populismo. O office-boy Herus Guimarães Mendes foi morto pelo BOPE durante uma festa junina na comunidade de Santo Amaro, no Rio de Janeiro, em uma ação sem justificativas. A população protestou pedindo Justiça.
Em Gaza e no Brasil, a burguesia usa a violência contra o povo mais oprimido para defender seus interesses. O que o governo do Rio de Janeiro fez não é algo isolado. Há uma ofensiva contra as periferias. Tarcísio de Freitas tenta ganhar popularidade com as incursões policiais na Baixada Santista. Os abusos do governo de São Paulo já foram denunciados pela ONU. Em Goiás, Ronaldo Caiado lançou sua pré-candidatura para Presidente da República com o discurso de “pulso firme contra o crime”.
Os mesmos que dizem combater criminosos são os que defendem anistia para Bolsonaro e seus comparsas. A narrativa de que o ex-presidente não teve nada a ver com a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 já caiu no ridículo. O último depoimento dele diante do ex-ministro Alexandre de Moraes virou piada e Bolsonaro pode ser preso. Isso coloca os bolsonaristas em uma situação difícil, pois eles estão menos engajados que em outros momentos. O último ato do bolsonarismo em Brasília teve menos de 5 mil pessoas.
Mas a burguesia brasileira segue na ofensiva. E um dos meios para isso é “bukelização” dos governos estaduais. Nayib Bukele é o ditador de El Salvador que usou a “luta contra o crime” para ganhar popularidade, impor um governo linha dura e reprimir a oposição. Prática que inspira os governadores por aqui.
Enquanto isso, as pesquisas indicam que rejeição ao governo federal é maior que a aprovação. A atual política econômica, que mantém a contenção de investimentos sociais para acalmar os banqueiros, pode ajudar a construir uma vitória da direita em 2026.
Apesar dessa situação, a classe trabalhadora brasileira não está parada. No início de abril, os entregadores de aplicativos de todo o país fizeram o maior breque da história, exigindo melhorias em seus ganhos. Este é um setor que ainda não tem uma tradição de organização sindical, mas que apresenta grande disposição de luta. E a mobilização seguiu também com os professores, que entraram em greve em Recife, Belo Horizonte e Brasília. Em junho, tivemos uma marcha por justiça climática e contra o PL da devastação em São Paulo.
A tarefa dos ecossocialistas hoje é denunciar o genocídio contra o povo de Gaza e contra as populações vítimas da violência policial no Brasil. Também teremos mobilizações e eventos importantes, como o próximo Congresso da UNE. E seguimos em batalha contra a cassação injusta do deputado federal Glauber Braga. Ele está correndo o Brasil denunciando o plano da turma do Orçamento Secreto para acabar com seu mandato.
A burguesia segue colocando o mundo em risco. Mas não podemos ficar parados. É na construção das lutas da classe trabalhadora, em defesa da palestina, dos imigrantes dos EUA, da população periférica brasileira, e por justiça climática que podemos encontrar forças para mudar a situação.
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